terça-feira, 26 de outubro de 2010

Caminho de Santiago de Compostela 2

Oi, pessoal!

Agora sim, vou falar como foi a viagem a Santiago de Compostela.

Dessa vez, eu e Rafinha fomos em grupo: uma excursão de Erasmus organizada pela universidade. Salvo raras exceções, o grupo se dividia basicamente em asiáticos e brasileiros e era fácil perceber quem era quem, não só pelo óbvio, as características físicas, mas porque os asiáticos eram todos calminhos e comportados, enquanto os brasileiros sentavam no “fundão” e ficavam fazendo aqueeela bagunça, cantando as musiquinhas típicas de excursão, aquelas mesmas que a gente cantava quando viajava com o colégio.


Eu e Rafinha no ônibus.

Chris, eu e Taís + o viciante biscoito recheado de alegria.

Antes de chegar propriamente a Santiago, paramos em duas cidades que ficam no caminho: Valença e Pontevedra. Valença já fica na fronteira entre Portugal e Espanha e, além da muralha antiga que existe lá, o mais interessante era ver como as duas culturas se mesclavam.


Valença.

Valença.

A gente até conseguiu tirar uma foto em que Rafinha tava de olho aberto e eu não tava tão despenteada, mas aí não teve graça...

Atenção para a mistura cultural: artesanato luso-galego.

Tava mesmo faltando a foto com a bandeira!

"Para ti, que caminhas, o tempo não existe; Segue o caminho das estrelas, na certeza de que cada passo é dado com ilusão, com segurança, com a liberdade do ser e, sobretudo, com FÉ!"

Valença.

Eu, Vítor, Alessandro, Aurélio e Rafinha.

Valença.

Valença.

Porque o simples também tem sua beleza!

Pontevedra tem como pontos de destaque seu centro histórico e a bela vista do rio que corta a cidade.

Porque, no fundo, nós somos mesmo é duas criancinhas!

Pontevedra.

Pontevedra.

Pontevedra.

Pontevedra.

Quando, enfim, chegamos ao nosso destino final, só tivemos tempo de nos trocar rapidinho e já seguimos para a Catedral. Aquela mesma que eu mencionei no post anterior, onde está o manto de Santiago e a que de dirige dezenas de milhares de peregrinos todos os anos. O que eu posso dizer é que vale mesmo a pena, ainda que você não seja católico nem se interesse por religião alguma. A Catedral é imensa, com uma arquitetura repleta de detalhes, que impressiona por dentro e por fora.


Cada vez que a gente ia tirar uma foto, juntava mais gente querendo sair também...

Taís, Chris, Rafinha, eu e Mayara.

Sorria, você está em Santiago de Compostela!

Erasmus 2010-2011

O interior da Catedral.

Santiago de Compostela.

Santiago de Compostela.

Depois de uma super sessão de fotos (devo ter umas 30 só da catedral), o grupo se separou pra conhecer a cidade, retornando a se encontrar para o jantar, no restaurante Casa Roman. O jantar foi divertidíssimo, tanto que nossos quietos amiguinhos orientais resolveram se soltar e mostraram que eles sabem ser tão animadinhos quanto qualquer brasileiro. Empolgaram-se um pouco demais com o vinho que era servido e, de repente, estavam super sorridentes, barulhentos e com um impulso incontrolável de brindar sem parar.


Aqui, em Portugal, tem uma espécie de regra quando se está bebendo: pegar o copo (ou a taça, no caso do vinho) apenas com a mão esquerda. Desobedecida a regra, começa a musiquinha “mão direita, mão direita é penálti (assim mesmo que eles pronunciam aqui), é penálti, é penálti”, e o infrator tem que virar tudo. Perdi a conta de quantas taças os carinhas de olhos puxados beberam. Depois de tanta algazarra, não causou espanto quando nós saímos do restaurante e os outros clientes começaram a bater palmas!


De lá, o plano era sair pra uma boate ou coisa do tipo. O problema é que, apesar de ser quase meia-noite, não havia nada aberto. Pois é, quanto mais velhos vamos ficando, mais tarde saímos de casa. Anos atrás, essa era a hora que eu deveria estar chegando em casa. Mais recentemente, a hora que eu sairia. Aqui, na Europa, nem uma coisa nem outra. Sair mesmo só lá pras duas horas da manhã!


Enquanto isso, então, voltamos para a Catedral pra fazer uma foto do grupo, dessa vez sob a luz da lua. Apesar de ela estar ainda mais bonita à noite, o que me marcou mesmo foi o frio. Nossa, nunca senti tanto frio na vida! A previsão era de uma temperatura mínima de 6° e eu, definitivamente, não estava preparada pra isso. Pra ter idéia, no final da noite tava até saindo aquela fumacinha da minha boca!


A Catedral à noite.


Olha a gente aí de novo!

Fomos, então, para a tal boate (achamos uma que abria um pouco mais cedo) e eu dei graças a Deus de estar num local aquecido. Os asiáticos entraram no clima do local e resolveram “cair na balada também”, dançando alegremente com os erasmus brasucas. Integração total!


Outro detalhe da noite européia: migrar de um bar/boate a outro. Em Braga mesmo, tem barzinhos que abrem meia noite e ficam até às 2h. Daí, o outro vai de 2h às 4h, por exemplo, e assim sucessivamente. Então, dessa primeira boate fomos para uma outra, bem mais espaçosa. Dessa vez, os orientais não nos acompanharam. Voltaram para o alojamento, pra no outro dia acordar às 8h e ir explorar Santiago. Poucos foram os brasileiros que conseguiram essa proeza...


No dia seguinte, ao meio-dia, voltamos para Braga. No caminho de volta, mais uma parada: Vigo. E nossa primeira visão lá: um super cruzeiro atracado no porto. Almoçamos, passeamos pela cidade e tiramos várias fotos.


Quem quer uma caroninha?

Como diria Vinny: "Fazendo a fotossíntese". Mas era só cansaço mesmo...

Mayara, outra Mayara, eu, Gabi, Chris, Rafinha e Taís.

Vigo, do ônibus.

Retornamos ao ônibus, para finalmente, ter Braga como destino. Dormir no ônibus? Nem pensar! A galerinha do “fundão” não permitia... O jeito, então, era acompanhar eles na cantoria.

domingo, 24 de outubro de 2010

Caminho de Santiago de Compostela



Oi, pessoal!

A postagem de hoje vai ser um pouco diferente. Vou começar contando um pouco da história do lugar que eu visitei: Santiago de Compostela.

Catedral de Santiago de Compostela.
Excursão Erasmus 2010 - Universidade do Minho

O caminho de Santiago de Compostela é uma ancestral rota de peregrinação, que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela, no extremo oeste da Espanha, onde se acredita estar o túmulo do apóstolo homônimo.

Segundo o Novo Testamento, Tiago era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão do apóstolo São João Evangelista. Tal como seu pai e seu irmão, era pescador no Mar da Galiléia, onde trabalhava com André e Simão Pedro (Mt 4, 21-22 e Lc 5,10). Tiago, Pedro e João foram os primeiros a abandonar tudo para seguirem Jesus, sendo considerados os discípulos mais íntimos de Cristo, participando da Transfiguração e da agonia de Cristo no Monte das Oliveiras.

Pouco mais se sabe acerca da sua vida. De acordo com o texto bíblico, foi o primeiro apóstolo a morrer, após Herodes Agripa I, rei da Judéia, mandar decapitá-lo por volta do ano 44. É, aliás, o único apóstolo cuja morte vem narrada na Bíblia (At 12, 1-2).

Segundo uma tradição muito antiga, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago foi pregar a boa nova em regiões longínquas, passando algum tempo na Galiza, extremo oeste da Espanha. Ao retornar à Palestina, foi preso e decapitado, e seu corpo jogado para fora das muralhas de Jerusalém.

Dois de seus discípulos, Teodoro e Atanpasio, recolheram seus restos e os levaram de volta ao Ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, na costa oeste espanhola, sepultando-o em um bosque de nome Libredón.

O lugar foi esquecido até que, oito séculos depois, um ermitão chamado Pelágio começou a observar um estranho fenômenos que ocorria neste mesmo lugar: uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto no bosque, emanando uma luminosidade intensa.

Avisado das luzes místicas, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local, encontrando, assim, uma arca de mármore com os ossos do santo.

A notícia se espalhou e pessoas começaram a deslocar-se a fim de conhecer o sepulcro, originando o Caminho de Santiago de Compostela (Patrimônio da Humanidade desde 1993), que consiste, na realidade, em um conjunto de rotas, partindo dos mais diversos locais da Europa Ocidental (não há um ponto de partida definido).

Santiago de Compostela é, desde então, considerada a terceira cidade mais sagrada do cristianismo, depois de Jerusalém e Roma.

Detalhe interessante: São Tiago é festejado no dia 25 de Julho (meu aniversário!!! :D), data em que as relíquias foram achadas por Teodomiro. Toda vez que esse dia cai num domingo (como ocorreu este ano), tem-se o Jubileu Apostólico ou Ano-Santo Compostelano.

Fontes: www.santiago.com.br e wikipedia


Em breve, conto aqui como foi a viagem e coloco algumas fotos. Beijos pra todos!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

¿Dónde se queda la salida?

Agora, sim, vou falar da Espanha!

Fomos apenas eu e Rafinha e esse foi o nosso primeiro contato com um país de língua estrangeira. Painho e mainha podem ficar satisfeitos: o pouco tempo no cursinho de Espanhol foi bastante útil! Tô longe de ser fluente no idioma, é verdade, mas foi suficiente pra pedir todas as informações que eu precisei e não passar fome. Deu pra praticar bastante o inglês também, porque no hostel que nós ficamos em Madri tinha gente de tudo quanto era lugar e eles faziam umas atividades de interação entre os hóspedes. Entre Madri e Valência, conhecemos israelitas, alemães, ingleses, equatoriano, mexicano e até um paquistanês.

Nós saímos na quinta à tarde e chegamos em Madri quando estava anoitecendo. Daí fomos procurar o hostel: Posada de las Huertas. Recomendo demais! Ótima localização, bastante limpinho e com excelente atendimento. Tínhamos reservados ingressos pra assistir um musical lá, mas não chegamos a tempo. Então, acabamos saindo com o pessoal do hostel. Eles organizam um tal de "pubcrawl", que corresponde ao que os espanhóis chamam de "ir as copas". Em outras palavras, nós passamos a noite indo de pub em pub e terminando numa boate.

Prontas pra noite de Madri! Detalhe: o quarto do hostel é melhor que o meu da residência!

No outro dia, fomos fazer turismo por Madri. Antes de dar minha impressão da cidade, uma advertência: eu estava cansada, com pressa e sem tempo de dar a Madri a atenção que ela merecia. Assim, a minha opinião a respeito da capital espanhola é estritamente particular. Então, o que eu achei da cidade é que, como uma grande capital que ela é, acaba sendo muito movimentada pro meu gosto e às vezes confusa demais.

Por outro lado, a arquitetura da cidade é impressionante. Por onde nós andávamos, ficávamos impressionadas com a beleza dos prédios, que não só eram lindos, mas também enormes e bem conservados. Diga-se de passagem, uma coisa que os europeus sabem fazer bem é preservar o seu patrimônio histórico. E se Madri já é bonita de se ver durante o dia, a noite, então, essa beleza se multiplica. É como se a cidade acordasse e ganhasse vida apenas ao pôr-do-sol. Durante o dia, é mais trabalho e correrio. À noite, as praças se iluminam, os restaurantes e os bares enchem de gente e tudo fica mais colorido.

Sempre que Rafinha via um prédio bonitão desses, ela perguntava: "o que é isso? o que é isso?". Mas, normalmente, não era nada demais. É que os prédios são bonitos assim mesmo...

Gran Via, considerada a Broadway madrilena.

Mais um da série "não é ponto turístico, mas vale a pena fotografar!".

Praça de Cibeles.

Dos pontos que nós visitamos, merecem destaque os museus, o Palácio Real e a Catedral de Almudena. Os três principais museus de Madri são: Museu del Prado, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia e o Museu Thyssen-Bornemisza. Só entramos no segundo deles, onde se encontra o quadro Guernica, de Picasso. Mas recomendo também que, quem tiver a oportunidade, vá até o Museu del Prado também, o mais famoso da Espanha, com obras de Goya, Velásquez, Picasso, Monet, Salvador Dalí e muitos outros pintores famosos. Outra dica é pesquisar com antecedência em que dias e em que horários esses museus têm entrada franca.


Paseo del Prado, a caminho do museu de mesmo nome.

Autoexplicativa. :P

Salvador Dali.

Picasso.
(Tia Nonom, tirei milhares de fotos de outras tantas pinturas pra senhora!)


O Palácio Real é enooooorme. Tenho pra mim que nem mesmo o rei conhece ele por inteiro. Infelizmente, só o vimos por fora mesmo... E a Catedral de Almudena, definitivamente, é um dos lugares que mais me chamou a atenção até agora. A decoração dela é simplesmente surpreendente! Nunca vi nenhum outra igreja parecida (e olhe que aqui o que mais se tem pra ver é igreja!). As cores daquele lugar são fantásticas! Linda demais!
Palácio Real

Catedral de Almudena.

Nunca vi igreja nenhuma com essas cores!

Santa Maria a Real de Almudena
Depois de todo esse passeio aí, nós fomos pro aeroporto de Madri, porque tínhamos que pegar o vôo pra Valencia no outro dia bem cedo. Tivemos, então, que dormir (ou melhor, passar a noite) no aeroporto mesmo. Resultado: estávamos mais do que cansadas no outro dia. Mesmo assim, quando chegamos em Valencia fomos conhecer a cidade. Gostei bem mais de Valência do que de Madri. A cidade é menor, menos agitada, as pessoas são mais agradáveis e eu tive bastante tempo pra conhecer tudo, porque fiquei lá por três dias.

No primeiro e no terceiro dias, me concentrei na parte antiga da cidade. Ficar andando por aquelas ruazinhas e entre a Plaza de la Reina e a Plaza de la Virgen é bem agradável. Assisti a uma missa na Basílica e deu pra entender tudo que era igual em todo canto, mas quando chegou nas leituras e na homilia... não faço idéia do que o padre falava (sem contar que eu acho que ele tinha a língua presa!). Tem também as torres, de Quars e de Serranos, e a Catedral, com uma torre chamada de Miguelete. 193 degraus e uma vista impressionante! Aliás, tudo é lindo. Até o Mercado Central é bonito de se ver!

Torre de Quars

Catedral de Valência

Interior da Catedral

Vista do Miguelete - Plaza de la Reina


Vista do Miguelete - No canto esquerdo, dá pra ver a Torre de Quars. No lado direito, a Basílica (essa com telhadinho azul). No centro, a Plaza de la Virgen.

Mercado Central

Esse prediozinho humilde aí é só a prefeitura...

Plaza del Ayuntamiento. Não importa a hora, a cidade é linda!

E nós demos sorte. Chegamos na cidade justo em dia de festa: 9 de Outubro, Dia de Valência.

Desfile - Dia de Valência

Gente de todas as idades participando...

Aqui, é só uma amostra pequena...

E a simpatia não era só durante o desfile não...

No segundo dia, o domingo, fui até a Cidade das Artes e das Ciências, um complexo arquitetônico dedicado à cultura e à ciência, que inclui o Museu das Ciências Príncipe Felipe, um Oceanográfico (supostamente o maior da Europa), o Palau de las Artes Reina Sofía (ópera), o Hemisférico e o Umbracle. Lá, o clima já é bem diferente do centro histórico da cidade, fazendo com que Valência se destaque não só pela história, mas também pela modernidade e inovação pretendida pelo complexo de lazer.


O preço do Oceonográfico pode até parecer meio salgadinho (pelo menos pra quem é estudante), mas valeu a pena. Foi bem interessante ver todas as espécies marinhas existentes lá, seja de climas tropicais, seja do Ártico, sem falar na apresentação dos golfinhos fofinhos!

Cidade das Artes e das Ciências

Mais informações: http://www.cac.es/

Olha o peixinho embaixo do tubarão... Como é mesmo o nome dele?

Lindo, né? Incrível como Papai do Céu foi generoso com a criação...

Peixinhos!!

Olha, Coló, essa foi pra senhora!

E essa é pra Thales!

Entendeu a mensagem?

Olha que preguiça boa!

Golfiiiinhooooos!!!

Mais uma com eles. Especialmente pra Iasmin!

E, por fim, os aplausos!

O ritmo de Valência também é um aspecto a ser comentado. Oito horas da manhã lá equivale à cinco e meia em João Pessoa. Praticamente não há ninguém na rua, não há nada aberto. Pra ter idéia, o metro começa a passar apenas as sete de manhã. Consequentemente, os horários da alimentação são todos diferentes. Primeiro, vem o desayuno, que seria o nosso café-da-manhã (suco, café, torradinhas). Mais tarde o almuerzo. Mas não se enganem, não corresponde ao nosso almoço, apesar de ser no mesmo horário. Tá mais pra um lanche, em que eles comem baguetes com queijo e presunto ou algo do tipo (os bocadillos). Lá pras quatro da tarde é que se faz uma refeição de verdade, a comida. E assim, vai.

Como não podia deixar de ser, comi a famosa paella, um tipo de risoto que leva frutos do mar (ou uma série de outras coisas a depender do tipo que você escolher) e foi inventando justamente em Valência. (Cá entre nós, eu gostei mais da paella que Coló faz, mas a de lá tava boa também!)
Lá também tem os Jardins de Turia e o Jardim Real, que são muito bonitos e excelentes pra fazer um piquenique, ler um livro, caminhar, andar de bicicleta, passear com as crianças e muito mais. Os Jardins de Turia ficam no antigo leito do Rio Turia, desviado após uma enchente que matou várias pessoas (segundo me contou um valenciano). Legal como eles conseguiram transformar o local em algo bonito...

Jardim Real.

Por fim, uma explicação a respeito do título: essa foi a frase que eu mais usei lá, porque eu e Rafinha conseguimos a proeza de nos perdermos no aeroporto de Madri. Mas, antes que vocês riam, preciso dizer em nossa defesa: aquele lugar é realmente gigante!