Agora sim, vou falar como foi a viagem a Santiago de Compostela.
Dessa vez, eu e Rafinha fomos em grupo: uma excursão de Erasmus organizada pela universidade. Salvo raras exceções, o grupo se dividia basicamente em asiáticos e brasileiros e era fácil perceber quem era quem, não só pelo óbvio, as características físicas, mas porque os asiáticos eram todos calminhos e comportados, enquanto os brasileiros sentavam no “fundão” e ficavam fazendo aqueeela bagunça, cantando as musiquinhas típicas de excursão, aquelas mesmas que a gente cantava quando viajava com o colégio.
Antes de chegar propriamente a Santiago, paramos em duas cidades que ficam no caminho: Valença e Pontevedra. Valença já fica na fronteira entre Portugal e Espanha e, além da muralha antiga que existe lá, o mais interessante era ver como as duas culturas se mesclavam.



Pontevedra tem como pontos de destaque seu centro histórico e a bela vista do rio que corta a cidade.
Quando, enfim, chegamos ao nosso destino final, só tivemos tempo de nos trocar rapidinho e já seguimos para a Catedral. Aquela mesma que eu mencionei no post anterior, onde está o manto de Santiago e a que de dirige dezenas de milhares de peregrinos todos os anos. O que eu posso dizer é que vale mesmo a pena, ainda que você não seja católico nem se interesse por religião alguma. A Catedral é imensa, com uma arquitetura repleta de detalhes, que impressiona por dentro e por fora.



Depois de uma super sessão de fotos (devo ter umas 30 só da catedral), o grupo se separou pra conhecer a cidade, retornando a se encontrar para o jantar, no restaurante Casa Roman. O jantar foi divertidíssimo, tanto que nossos quietos amiguinhos orientais resolveram se soltar e mostraram que eles sabem ser tão animadinhos quanto qualquer brasileiro. Empolgaram-se um pouco demais com o vinho que era servido e, de repente, estavam super sorridentes, barulhentos e com um impulso incontrolável de brindar sem parar.
Aqui, em Portugal, tem uma espécie de regra quando se está bebendo: pegar o copo (ou a taça, no caso do vinho) apenas com a mão esquerda. Desobedecida a regra, começa a musiquinha “mão direita, mão direita é penálti (assim mesmo que eles pronunciam aqui), é penálti, é penálti”, e o infrator tem que virar tudo. Perdi a conta de quantas taças os carinhas de olhos puxados beberam. Depois de tanta algazarra, não causou espanto quando nós saímos do restaurante e os outros clientes começaram a bater palmas!
De lá, o plano era sair pra uma boate ou coisa do tipo. O problema é que, apesar de ser quase meia-noite, não havia nada aberto. Pois é, quanto mais velhos vamos ficando, mais tarde saímos de casa. Anos atrás, essa era a hora que eu deveria estar chegando
Enquanto isso, então, voltamos para a Catedral pra fazer uma foto do grupo, dessa vez sob a luz da lua. Apesar de ela estar ainda mais bonita à noite, o que me marcou mesmo foi o frio. Nossa, nunca senti tanto frio na vida! A previsão era de uma temperatura mínima de 6° e eu, definitivamente, não estava preparada pra isso. Pra ter idéia, no final da noite tava até saindo aquela fumacinha da minha boca!


Fomos, então, para a tal boate (achamos uma que abria um pouco mais cedo) e eu dei graças a Deus de estar num local aquecido. Os asiáticos entraram no clima do local e resolveram “cair na balada também”, dançando alegremente com os erasmus brasucas. Integração total!
Outro detalhe da noite européia: migrar de um bar/boate a outro. Em Braga mesmo, tem barzinhos que abrem meia noite e ficam até às 2h. Daí, o outro vai de 2h às 4h, por exemplo, e assim sucessivamente. Então, dessa primeira boate fomos para uma outra, bem mais espaçosa. Dessa vez, os orientais não nos acompanharam. Voltaram para o alojamento, pra no outro dia acordar às 8h e ir explorar Santiago. Poucos foram os brasileiros que conseguiram essa proeza...
No dia seguinte, ao meio-dia, voltamos para Braga. No caminho de volta, mais uma parada: Vigo. E nossa primeira visão lá: um super cruzeiro atracado no porto. Almoçamos, passeamos pela cidade e tiramos várias fotos.

Retornamos ao ônibus, para finalmente, ter Braga como destino. Dormir no ônibus? Nem pensar! A galerinha do “fundão” não permitia... O jeito, então, era acompanhar eles na cantoria.